71º poema: Doença do Saber que se Sabe
Saber que não se sabe é o bem supremo.
Não saber que não se sabe é como padecer um mal.
Quem toma consciência deste padecimento fica livre dele.
O sábio não sofre este mal porque já padeceu com ele.
Assim ele pode evitá-lo.
Tao Te King - Albe Pavese (Ed. Madras)
71º poema: Ignorar Sua Ignorância
Quem conhece a sua ignorância
Revela a mais alta sapiência.
Quem ignora a sua ignorância
Vive na mais profunda ilusão.
Não sucumbe à ilusão.
Quem conhece a ilusão como ilusão.
O sábio conhece o seu não-saber
E essa consciência do não-saber
O preserva de toda a ilusão.
Comentários de Huberto Rohden:
O sábio sabe e saboreia que toda a erudição meramente intelectual é deslumbrante vacuidade e fascinante ilusão. A diferença entre o sábio e o erudito está no fato de que o sábio sabe por experiência própria o que é a Realidade, ao passo que o simples erudito ignora essa Realidade e a confunde com as facticidades. O sábio sabe que ignora mil vezes mais do que sabe - e nisto está a sua sapiência.
Quem não tem plena certeza da sua vacuidade não pode ser plenificado pela plenitude.
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