quarta-feira, 18 de maio de 2011

Terrorismo romântico (Marcos, membro do "Al-Qaeda dos Românticos")










Amor, meu Grande Amor,

Faz mais de três décadas que sonho, espero, anseio, suspiro, chamo por seu anônimo nome e choro por sua chegada...

Meus cabelos e fios de barba pratearam... Escrevi-lhe cartas amorosas, cartões com poesias, bilhetes surpresas... Mas, você nunca os recebeu...

Comemorei sozinho todos os dias dos namorados, aniversários de namoro com data indefinida, escolhi mil presentes delicados em vitrines sem fim...

Recitei sonetos de Neruda milhões de vezes em voz alta e nas noites de vendaval chamei por você... 
 
Não me ouviu? Teve medo de correr no escuro em minha direção?

Escolhi nossas alianças de compromisso, noivado, casamento... 
 
Bodas de algodão, madeira, estanho, cristal, prata... Comemorei sempre sozinho...

Sua cesta de café na cama, com artefatos de porcelana está intacta, guardada no armário...

O porta-retratos de madrepérola, orneado de prata e pedras de cristal está vazio...

Por onde você esteve todas estas décadas? Qual justificativa para este atraso?

Cada dia, hora, minuto, segundo eu pensei em você...

Dancei sozinho no quarto aquelas músicas doces que escolhi pra nós e dormi abraçado ao travesseiro noite após noite fazendo de conta ser você...
 
Agora meu coração endureceu um tanto... Minha mente tornou-se analítica e quase venceu a disputa com a alma sensível...

Preciso alertá-la de que isso não ficará impune!!!

Lamento por você perder tanto...

Abaixo segue registro fotográfico de tudo o que você perdeu e perderá por sua ausência (citando apenas as manhãs que deveríamos ter passado juntos), mas, ainda há tempo...
 
... Quem ama sempre espera e perdoa:














































































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