segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cem Sonetos de Amor - XXIV (Pablo Neruda)



XXIV

AMOR, amor, as nuvens à torre do céu
subiram como triunfantes lavadeiras,
e tudo ardeu em azul, foi tudo estrela:
o mar, a nave, o dia se desterraram juntos.

Vem ver as cerejeiras da água constelada
e a clave redonda do rápido universo,
vem tocar o fogo do azul instantâneo,
vem antes que suas pétalas se consumam.

Aqui não há senão luz, quantidades, cachos,
espaço aberto pelas virtudes do vento
até entregar os últimos segredos da espuma.

E entre tantos azuis-celestes, submergidos,
se perdem nossos olhos adivinhando apenas
os poderes do ar, as chaves submarinas.


Cem Sonetos de Amor - Pablo Neruda



To Luthien Tinuviel, Sonya Marmeladov, Daphne ... Wonderful women of the world literature that made up the mosaic of my ideal of romantic love. My Soul Mate, I know you there and thank you for that.

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